Contextos


Contextos

Os contextos são documentos reunidos de maneira artificial à partir de temáticas, eventos ou assuntos que traspassam a Casa do Povo e o território. Os contextos são montados conforme pesquisas realizadas nos Acervos

“Rejuvenesça!” é uma mostra-manifesto movida pela urgência de uma resposta a um momento extremamente grave que está em curso no Brasil.


 

Nos últimos dois anos, assistimos a uma sequência de rupturas democráticas e, consequentemente, ao aprofundamento de um estado de exclusão e recrudescimento da barbárie, implicando em retrocessos monumentais dos direitos civis, sociais e trabalhistas; assistimos ao cerceamento dos direitos humanos, com o aprofundamento do genocídio da juventude negra, da comunidade LGBT, dos indígenas e dos quilombolas. O assassinato de Marielle Franco, em março deste ano (2018), veio no esteio de inúmeras mortes de líderes de movimentos sociais na cidade e no campo. Às vésperas das novas eleições, lidera a corrida presidencial um candidato fascista, cuja principal “qualidade” é recobrar um dos momentos mais sombrios de nossa história: a ditadura civil-militar brasileira que perdurou entre 1964 e 1985. Enquanto isso, o maior líder popular da América Latina segue preso após um processo ostensivamente político. 


 

A atual edição da Bienal de São Paulo procurou manter-se neutra diante desta terrível paisagem, assim como diversas instituições, galerias de arte e associados, que parecem se esforçar para manter a neutralidade sobre um fundo que despenca, comportando-se como se nada estivesse acontecendo à sua volta. Ao fundo e ao largo dede copos na mão e de conversas jogadas fora, um museu arde em chamas.


 

Nós, artistas, aqui nos apresentamos numa em uma mostra criada a muitas mãos, sem outros apoios institucionais outros senão a solidariedade da Casa do Povo.

Um lugar criado a partir de um sentido comunitário. (falta dizer um pouco mais da casa do povo, me ajudem!)


 

“Rejuvenesça!” é a frase final do labirinto de um poema de Ferreira Gullar. Um poema encarnado numa instalação em parceria com Hélio Oiticica, em que um módulo arquitetônico cúbico foi construído para ser penetrado, dentro do qual o visitante encontraria outro cubo, a ser removido, para dentro encontrar um outro cubo, que, retirado, daria em outro cubo, e outro, e assim por diante, até que a remoção do último cubo revelaria a frase escrita num papel. 

Partimos do avesso desse processo, agarrados ao percurso, vasculhando entre sucessivas ruínas, na tentativa de reconrar algum indício de início. 

Os artistas aqui presente são: Arto Lindsay, Renata Lucas, Carlos Fajardo, Rodrigo Andrade, Iran do Espírito Santo, Dominique Gonzalez-Foerster, Carla Zacaggnini, Mauro Restiffe, 

Nossa Voz é uma publicação da Casa do Povo. O jornal existiu junto à instituição, de 1947 a 1964, com textos em ídiche e português e um perfil editorial alinhado aos ideais de esquerda. Foi fechado pela ditadura militar, obrigando o seu editor-chefe Hersch Schechter e outros colaboradores a se exilarem. Foi relançado, em 2014, mantendo um diálogo com as suas premissas históricas e tendo seus eixos editoriais repensados.